segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O AÇAI DO PARÁ, SEGUNDO OS PARAENSES


O AÇAI DO PARÁ, SEGUNDO OS PARAENSES


ALGUMAS INFORMAÇÕES EXTRAS SOBRE AÇAI



Conheci o delicioso fruto em Bragança, cidade atlântica do Pará, comecei comendo-o com açúcar, farinha de mandioca e camarão salgado, eu era ainda uma criança e tinha vindo do nordeste com minha família para morar no Pará. Tem um carimbo do Pinduca que diz: “Chegou ao Pará, parou, Tomou açaí, ficou...”, e fui ficando e outros lugares que morei na Amazônia Legal, todos tinham açaí.


Paneiros na Feira do Açai em Ver-o-Peso, Belém-PA

Açaí -  é o fruto bacáceo roxo que dá em cacho na palmeira conhecida como açaizeiro, cujo nome cientifico é Euterpe oleracea Mart. Existem na verdade duas principais variedades de açaí, uma de rio que perfilha (E. oleracea) e outra de terra firme(E. edulis) que não perfilha.

O perfilhamento do Euterpe Oleracea chamam na região amazônica de “touceira”, touceira de açaí, o açaí popularizado pelos moradores de Estado do Pará existe no Maranhão, Amazonas, Amapá, nas Guianas(Suiname, Guyana e G. Francesa) e na Venezuela. E em muitas regiões da América Latina não é comercial ainda. Mais a maior concentração de açaí é mesmo no Baixo Amazonas e Estuários dos rios do Pará, a região de Cametá a Abetetuba tem, segundo muitos pesquisadores, a maior concentração açaizeira.


Belém do Pará é a com certeza a cidade que mais consome açaí no mundo, são 200 mil litros/dia da bebida. A bebida açaí é diferente da poupa.

Polpa de açaí – sem adição de água, extraída por máquina própria.


Bebida Açaí – feita com adição de água, em três modalidades





Açai Fino

Açai Médio

Açai Grosso




O mais tomado é o açaí médio, servido nos restaurantes e bancas de comida do ver-o-peso.




Como se toma açaí no Pará:






Seus acompanhamentos – farinha d’água, farinha de tapioca, farinha seca, (nada de granola), com ou sem açúcar, as vezes acompanhados também de peixe frito, camarão salgado e/ou charque frito. A maioria dos paraenses prefere comer açai sem açúcar c/ farinha d'água ou farinha de tapioca.

Mas muita gente come o açai junto com a comida tradicional, uma bocada de comida (feijão c/ arroz), uma bocada de açaí cuja tigela está ao lado. O paraense tradicional, o nativo geralmente come o açaí sem açúcar.



O Açaí Azedo – depois de algumas horas, depois de batido, o açai "azeda", mas é comido, tem o mesmo valor de uma coalhada de leite, modificada por bactérias benéficas, e é  comido com açúcar, alguns apreciam, outros não. 

O açai é uma preciosa fonte de cálcio e magnésio, mas é pobre em ferro. 


O açaí para o paraense é como o chimarrão para os gaúchos, assim como o acarajé é para os baianos, ou como a rapadura para os cearenses.





Sorvetes – o açaí é muito apreciado como sorvete em toda a Amazônia, a CAIRU, tradicional sorveteria de Belém tem um sabor chamado “paraense” que consiste em juntar a farinha de tapioca com o delicioso açaí.





Algumas misturas que se fazem por aí como; com granola, leite em pó, banana, etc., é na verdade um “sacrilégio” para o paraense tradicional, pra eles, é como colocar açúcar no chimarrão do gaucho; já no Pará o açaí é tomado de forma tradicional há centenas de anos.



Transporte - Alguns barcos que transportavam peixe passaram também a transportar o açai congelado em caroço, pois a fruta "azeda"(fermenta) rápido, em 20 horas ele muda de sabor, mas não estraga, apenas sofre rápida ação bacteriológica(fermentação) como a que ocorre com o leite. Alguns caminhões "carga seca" trazem açai do Maranhão para o Pará, nas rodovias asfaltadas, mas este transporte,  tem que ser rápido, e geralmente feito da tarde para a noite, na safra de setembro a janeiro(açai de verão). 





Há uma necessidade de se plantar mais açai, pois a exportação da fruta está deixando os pobres de algumas cidades do Pará sem acesso ao precioso Fruto.





Pedro Paulo – Pedrovida12

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

PESCA - CAÇA SUB AQUÁTICA NA AMAZÔNIA

Thiago, fabrica as máscaras
Existe uma cultura de pesca pouco conhecida por quem é de outras regiões brasileiras fora da região norte, pesca sub-fluvial, realizada em alguns igarapés do Pará, Amapá, Amazonas e até de Roraima. Tiago tem 17 anos, é o fabricante das máscaras de mergulho, essas máscaras são feitas de vidro comum e partes de câmara de ar de pneus de caminhão ou trator, são coladas/ vedadas com massa epóxi; mas se pode usar silicone também. Mas o mais comum é usar o epóxi para vedação.



Joabe, um pescador (caçador?) subaquático, demonstra dois tipos de armas a pistola e o arpão acionado por liga de borracha, é a mesma borracha de soro, usadas em estilingue (baladeiras). É perigoso para principiantes, principalmente onde existem pedras, ao atingir uma pedra mais próxima, o arpão pode voltar para quem o arremessou. Tiago me falou que as máscaras compradas em lojas especializadas são muito caras, custam mais de 120 reais; já as fabricadas por este método artesanal dos moradores de Caroebe em Roraima não chegam a custar 30 reais a unidade. É mais comum eles pescarem assim no rio Bainha e no rio Caroebe, no verão, na estiagem, onde as águas são mais claras. 
Joabe com a flexa
 de ferro (arpão)






Aspecto do "Igarapé do Feio" em Caroebe - RR


Atenção para Legislação no Sudeste e Sul


Quando programar sua pescaria, verifique se o estado onde você pretende pescar possui legislação específica para a pesca subaquática. Alguns estados proíbem essa modalidade de pesca em seus rios e lagos. Mesmo com a Licença para Pesca Amadora do IBAMA – Categoria Subaquática, o pescador deve respeitar as medidas de proteção estabelecidas pela legislação estadual.
Portaria SUDEPE nº 466,72 – Art. 4 “ Fica proibido a qualquer tipo, de pesca praticado a menos de 200 metros, a jusante e a montante das barragens, cachoeiras, corredeiras e escadas de peixes.”
Bacia do Paraná – Durante o defeso da piracema na bacia do Prata, está proibida a pesca subaquática, de acordo com a IN 124/06.
Estados com restrições à Pesca Subaquática (ver legislações estaduais):


Minas Gerais – A pesca amadora subaquática é permitida somente em lagos e represas do estado e nos rios Grande e São Francisco.
Goiás  LEI Nº 13.025/97 – Art. 5°, Parágrafo único – a Pesca Subaquática pode ser exercida por membros de associações que se dediquem a este esporte, registrados na forma da Lei.
Tocantins – LEI COMPLEMENTAR 13/97, Art. 4°, inciso V, 2) proíbe o uso de espingarda de mergulho.
Santa Catarina – Instrução Normativa MMA n° 21/2005 – Permitida a pesca subaquática somente em apnéia, e em locais relacionados na IN.
Paraná – Portaria IBAMA nº 12/2003 – Art. 4º – Proíbe a pesca subaquática, profissional e amadora, nas áreas a seguir discriminadas:
- Baias: de Paranaguá, de Guaratuba, de Antonina e do Pontal do Paraná;
- A menos de 200m da desembocadura dos rios que deságuam nas Baias discriminadas no item anterior;
- as áreas abrangidas pela Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraquecaba, no Estado do Paraná.
Rio de Janeiro – Portaria nº N-35/88 Proibir a pesca, até a distância de 1.000m (um mil metros) ao redor ou ao largo dos seguintes acidentes geográficos, no litoral do Estado do Rio de Janeiro:
– ilhas Grande, da Gipoia, dos Porcos, do Sandri, da Barra, Comprida,
Cunhambebe, Cavaco e Caieira;
– enseadas de Bracui, Gipoia, Sapuiba e Ariró pertencentes à baia da Ribeira.
Fonte = IBAMA/PNDPA