A
produção agrícola de Floresta do Araguaia no Pará é o abacaxi, sendo este
município, o maior produtor do Brasil em
termos municipais, de 15 a 18 mil hectares de lavouras de abacaxi. Esse ano foi
um desastre nos preços, centenas de pequenos e até médios produtores tiveram
prejuízos. O preço chegou a 20 centavos a fruta de primeira, o que constitui
uma verdadeira afronta ao abacaxicultor de Floresta. Mas todo ano se repete
isso alguém diz desanimado.
Floresta
produz abacaxi comercialmente desde 1994, porém as lavouras iniciaram-se em
85/87 segundo dados históricos do município. Vi muitas queixas de produtores
pequenos de venderam sua fruta a preços
bem baratinho, a 60 centavos ou menos a unidade, por exemplo. Adiante,
vamos tentar fazer uma leitura da situação, porém não dando diagnóstico final
sobre o caso.
Três
coisas ocorrem para isso – 1º Falta de
planejamento de quem planta – pois quando alguém tem uma boa remuneração num
ano, já aumenta a lavoura, a duplicando para o ano seguinte e também não
combinando com outros produtores vizinhos o tempo de indução da fruta, pois o
abacaxi ficando no ponto de colheita ao mesmo tempo em que todas as outras
lavouras da região, resulta numa super safra, e é claro que os compradores se
aproveitam dessa situação, e tome preço baixo; tudo isso é fruto do individualismo e
indiferença do produtor. Lembrando que abacaxi é uma fruta e, portanto
perecível a curtíssimo prazo.
Capim chega a roça no caminhão que vai conduzir a carga a seu destino final no sudeste ou centro oeste
2º
O Individualismo do pequeno produtor de Floresta – pois não há cooperativas,
houve uma, mas não deu certo e logo todo mundo depois disso, descreu do associativismo.
É cada um na sua, os compradores de abacaxi são mais unidos e tem o poder de
compra, formam até cartéis para baixar o preço do produto.
E 3º “Compradores
diretos” com financiamento de outros compradores de fora, estão plantando
grandes lavouras e conseguem bons preços no mercado porque dominam o fator “compra”,
e, depois de venderem seu produto, estes partem pra comprar o abacaxi dos pequenos produtores; e, então,
os atravessadores “nadam de braçada”, pois já cumpriram suas cotas de venda as
Ceasas do Sudeste, e tudo o que vier depois é lucro. A lei da “Oferta e da
Demanda” é cruel, não perdoa produto algum, e os produtores de Floresta ainda
não perceberam isso?! Por outro lado a diferença de preços entre o que se paga
ao pequeno/médio produtor em Floresta do Araguaia aos preços na CEASA é
gritante – aqui R$ 1,20, lá R$ 3,90; são enormes diferenças, este é apenas um
exemplo brando, uma média, contudo, o preço na venda no varejo chega ao consumidor final a cinco e sete
reais a unidade.
Os
grandes produtores de Floresta, em sua maioria são compradores que começaram a
plantar também, aproveitando-se de “vácuo” deixado pelo pequeno produtor
individual, é quase um monopólio isso, cartel de umas vinte pessoas apenas que
detém o poder de compra.
Ficar
bradando contra o maldito “atravessador” que enriquece a cada dia, não resolve
nada; protestar pra quem?; Existem bons agrônomos e ótimos técnicos agrícolas
em Floresta, e palestrantes especialistas da EMBRAPA sempre está indo a
Floresta; existe um cabedal de conhecimento tecnológico avançado na região,
fruto de interesse de produtores e poder público. O que falta ainda é correções
de comercialização e principalmente falta “coletivismo” em lugar do
“individualismo”, o produtor de Floresta ainda é muito individualista e
indiferente em relação ao vizinho do lado, e disso se aproveita o comprador inescrupuloso!
Negócio
é negócio meu chapa !,
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