sábado, 11 de junho de 2011

NEM SÓ DE TRIGO VIVERÁ O HOMEM,....


NEM SÓ DE TRIGO VIVERÁ O HOMEM,....

....MAS DA MACAXEIRA, DA TAPIOCA, DO PÃO DE QUEIJO, DA FAROFA COM CARNE SECA, ETC....

Há cerca de quatro anos aqui no Brasil, temos presenciado e sentido o aumento dos preços dos alimentos que contém trigo. O trigo tem subido de preço e diferente da soja, milho e arroz, o trigo é essencialmente de regiões de clima temperado e subtropical, não existe trigo tropical, ele não é produzido em regiões equatoriais.

Sabemos que o trigo é alimento universal, é consumido praticamente em todos os países da terra, é bíblico e histórico e faz parte da tríade do mundo europeu antigo – Pão – Azeite – Vinho. Como é um cereal produzido em clima temperado ou subtropical, o Brasil produz pouco trigo, apenas cultivando cerca de 13% do total que consome. Por ser importado, o trigo tem subido muito de preço, não há possibilidade de se expandir o plantio em mais áreas. O tradicional pãozinho do dia-a-dia e o pastel, está mais caro. O que fazer, vai faltar pão ?, sim, pode até faltar pão, mas não vai faltar alimento. Veja o que podemos comer no nosso rico café da manhã: 






ILUSTRAÇÃO:
PÃO DE QUEIJO , CUSCUZ  DE MILHO, CUSCUZ  DE  ARROZ, FAROFA, TAPIOQUINHA C/  MANTEIGA, TAPIOQUINHA COM TUCUMÃ(de Manaus), FARINHA DE TAPIOCA(típica do Pará), MACAXEIRA(aipim, mandioca mansa), BOLO DE MACAXEIRA, PUPUNHA(do Pará), BANANA FRITA, BANANA CHIP E FRITA(vendidas nas ruas de Manaus-AM), BATATA DOCE, BOLO DE BATA DOCE. (alimentos sem trigo)



Diante de todo esse panorama, afirmamos que nenhum país do mundo possui tanta alternativa alimentar para substituir totalmente o trigo como o Brasil, desde a tapioquinha, passando pela mandioca, a farofa de carne, passando pelo pão de queijo, bolinho frito de arroz, cuscuz de arroz e de milho, pamonhas no café, etc.

Nós não precisamos de trigo para viver, mesmo sabendo que a função gastronômica deste cereal, o de ligar(unir) e dar maciez aos alimentos é muito importante, talvez como função gastronômica o trigo faça falta, mas como alimento principal já não faz falta no Brasil.

Nós fazemos várias refeições sem trigo, se comemos uma buchada de bode, o acompanhamento é arroz, farinha de mandioca e feijão, produtos que nós produzimos muito bem. Os apaixonados por “massas”, a pasta italiana, podem se contentar com menos.

A tradição não pode estar acima da sobrevivência humana. Lembro-me do tempo em que o óleo comestível que mais se usava no Brasil era o de caroço de algodão e de amendoim e no sudeste se usava quase que somente banha de porco. Hoje a soja substitui 90 % do óleo de fritura no país. Os tipos de alimentos mudam ao passar dos anos.

Mas algo maravilhoso acontece no Brasil, é que podemos voltar a comer nossa alimentação típica, tornando-a corriqueira – tapioca, canjica, cuscuz de arroz ou milho, macaxeira, pão de queijo (o orgulho de Minas), banana frita, petas, farinha de tapioca, etc., no café da manhã.

O café nós temos, o leite também, o amido de milho, amido de mandioca e o amido de arroz são os substitutos do pão de trigo importado.

Não estamos desprezando o legado culinário do trigo e de toda sua riqueza gastronômica, não é bairrismo de nossa parte, mas apenas expressamos que dá pra se viver sem trigo sim e os restaurantes italianos não vão falir por causa disso. Com o pão ficando mais caro, os nossos produtos da roça voltam a evidencia e isso é bom.

Uma vedete – O pão de queijo mineiríssimo não leva trigo e já há alguns anos, está sendo vendido nos Estados Unidos como uma iguaria exótica de sucesso, assim como aconteceu com as tortillas mexicanas feitas de milho.


Texto de Pedro Paulo Barbosa

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