terça-feira, 21 de setembro de 2010

AS 15 PRINCIPAIS CIDADES PÓLO DO PARÁ

AS CIDADES PÓLO DO PARÁ


Depois de algumas pesquisas, e com a ajuda da Revista Veja (Edição 2180 – 1º de Setembro 2010), da reportagem das vinte cidades médias que deverão mais crescer no Brasil nos próximos cinco ou sete anos, cidades  com ótimos PIBs e crescimentos chineses, isso me ajudou  a completar a lista das 15 principais cidades pólo de desenvolvimento no Pará. Nas regiões mais bem desenvolvidas verificamos cidades pólo mais próximas, é o caso de Capanema, Bragança, Castanhal e Marituba no norte. E no sul do Pará, cito as tres: Redenção, Xinguara e Tucuman.

Não cito Belém, e nem Ananindeua porque são naturalmente pólos na região metropolitana da capital, estão juntas e nem faço referência a Soure ou Salvaterra porque estão diretamente ligadas à influência da capital, nem cito Tucurui por fazer parte da região de Marabá.



MARABÁ – A rainha da metalurgia e siderurgia, banhada pelo Rio Tocantins era até bem pouco tempo uma desconhecida, nacionalmente falando.

ITAITUBA – Divide com Santarém pólos regionais tapajônicos, é hoje uma cidade comercial, no passado era a porta dos garimpos do Tapajós.

CASTANHAL – Fica a 70 Km de Belém, nesta cidade começou as culturas de acerola e de mamão papaia no Brasil, coisa de japonês, Castanhal é uma das cidades de forte cultura nipônica no Pará.

BREVES – No sudeste da Ilha de Marajó, foi escolhida para acolher o Hospital Regional, nasceu de uma Sesmaria há mais de 170 anos. Fundada pelos irmãos Breves

ABAETETUBA – Dizem que a tradicional “amassadeira” de açaí, um engenhoso artefato de produzir a poupa com água mais usada no Pará, Amapá e Maranhão foi criada lá, é um importante centro comercial para as ilhas.

PARAUAPEBAS – A cidade da VALE, a mineração de ferro de Carajás é o seu forte, o que gerou uma ótima cidade em oferta de bons serviços gerais.

SANTARÉM –  A pérola do Tapajós, sempre foi famosa por seu pujante comércio com o baixo amazonas e sua ligação com Manaus pelo rio, virou importante porto agrícola.

BRAGANÇA – Uma das cidades mais antigas do Pará, tem mais de 400 anos, ligada ao mar, é um entreposto de pescado vindo do Atlântico, possui uma rica cultura folclórica e boa culinária.

MARITUBA – Apesar de estar na região metropolitana de Belém e sua vizinha Ananindeua ser muito maior que ela, é considerada pólo devido a forte industrialização e as relações com municípios vizinhos.

CAPANEMA – Divide com Castanhal e Bragança a liderança na Zona Bragantina, Capitão Poço, Ourém e Santa Luzia fazem parte de sua influência.

ALTAMIRA – No rio Xingu, é ligada a Marabá pela estrada Transamazônica, pólo cacaueiro e cidade de boa pecuária. Está praticamente no centro do Estado.

PARAGOMINAS -  Já foi o principal pólo madeireiro do estado, os chineses tem negócios por lá, é no estado, a principal cidade da Belém-Brasília no Pará.

REDENÇÃO – Pólo comercial e de pecuária, o Hospital Regional atende cerca de 14 municípios, é o pólo paraense mais ao Sul.

XINGUARA – Tem esse nome por ser uma ligação rodoviária entre os rios Xingu e Araguaia. Com dois frigoríficos e um grande curtume, é a porta para a região do Xingu.

TUCUMAN  Área de comercio e serviços, agora abriga minerações também, Ourilândia que dista apenas oito quilômetros de lá é menor, mas não menos importante. Tucuman tem um dos maiores crescimentos imobiliários da região


Se eu esqueci de algumas cidades importantes me desculpem, pode ter faltado alguma do Baixo Amazonas, onde o acesso é exclusivamente por via fluvial ou aérea.




Pedro Paulo Barbosa 

domingo, 19 de setembro de 2010

MARABÁ, O Poema, A História


Fotos: O antigo Cine Marabá de  São Paulo, que não existe mais, a orla do rio Tocantins em Marabá e a praia da Gaivota.




MARABÁ, A CIDADE

A cidade de Marabá tem esse nome devido a um comerciante de caucho, uma espécie de seringa, que tinha uma cada comercial chamada "Casa Marabá", ele era leitor de Gonçalves Dias.

A casa Marabá ficava na confluência do rio Itacaiúnas com o Tocantins. O comerciante era Maranhense e gostava do poema "Marabá". A popularização da vila que se formou ao redor do comércio de caucho, teve o nome MARABÁ e virou uma grande cidade.



O poema de Gonçalves Dias - MARABÁ, retrata o sofrimento da india “diferente”.


"MARABÁ" - É a história de um preconceito contra descendentes de franceses com indias do Maranhão, provavelmente Tupinambás,  chamados de Mayraua, depois virou Marabá = Mayra (frances) + aua (indio), os franceses fizeram filhos em muitas indias tupinambá, seus descendentes foram denominados de marabá. 


Quando os franceses foram expulsos do Maranhão, centenas de filhos destes com as indias passaram a ser discriminados, tanto por portugueses como por caboclos de ascendência portuguesa e por indios, eram centenas de filhos sem pai; os novos dominadores não queriam fazer filhos em mulheres "marabá", lembrança do inimigo. Este poema de Gonçalves Dias é a história deste preconceito, que durou muitas décadas no Maranhão. Uma jovem mestiça querendo casar, sua aparência era dominada pela forma européia.  Na verdade Marabá significa "a desprezada".  


MARABÁ  -  
Gonçalves Dias

Eu vivo sozinha; ninguém me procura!
Acaso feitura
Não sou de Tupá?
Se algum dentre os homens de mim não se esconde,
— Tu és, me responde,
— Tu és Marabá!

— Meus olhos são garços, são cor das safiras,
— Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;
— Imitam as nuvens de um céu anilado,
— As cores imitam das vagas do mar!

Se algum dos guerreiros não foge a meus passos:
"Teus olhos são garços,
Responde anojado; "mas és Marabá:
"Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes,
"Uns olhos fulgentes,
"Bem pretos, retintos, não cor d'anajá!"

— É alvo meu rosto da alvura dos lírios,
— Da cor das areias batidas do mar;
— As aves mais brancas, as conchas mais puras
— Não têm mais alvura, não têm mais brilhar. —

Se ainda me escuta meus agros delírios:
"És alva de lírios",
Sorrindo responde; "mas és Marabá:
"Quero antes um rosto de jambo corado,
"Um rosto crestado
"Do sol do deserto, não flor de cajá."

— Meu colo de leve se encurva engraçado,
— Como hástea pendente do cáctus em flor;
— Mimosa, indolente, resvalo no prado,
— Como um soluçado suspiro de amor! —

"Eu amo a estatura flexível, ligeira,
"Qual duma palmeira,
Então me responde; "tu és Marabá:
"Quero antes o colo da ema orgulhosa,
"Que pisa vaidosa,
"Que as flóreas campinas governa, onde está."

— Meus loiros cabelos em ondas se anelam,
— O oiro mais puro não tem seu fulgor;
— As brisas nos bosques de os ver se enamoram,
— De os ver tão formosos como um beija-flor!

Mas eles respondem: "Teus longos cabelos,
"São loiros, são belos,
"Mas são anelados; tu és Marabá:
"Quero antes cabelos, bem lisos, corridos,
"Cabelos compridos,
"Não cor d'oiro fino, nem cor d'anajá."

E as doces palavras que eu tinha cá dentro
A quem nas direi?
O ramo d'acácia na fronte de um homem
Jamais cingirei:

Jamais um guerreiro da minha arazóia
Me desprenderá:
Eu vivo sozinha, chorando mesquinha,
Que sou Marabá!